domingo, 16 de dezembro de 2007

saudade


O Firmamento, safíra plácida, brilhante e glorioso como o olho de Deus, mantém a eterna vigília pelo caminho daqueles que empregam a jornada da alma. As pegadas desses passos que se afastam ecoam apenas na saudade e na memória, cada vez mais vívida, porém fugaz e nebulosa. Rostos que um dia riram, já não tem contornos; faces que expressavam uma vida já não podem mais ser tocadas. A voz, um dia tão familiar e confortável, agora junta-se aos sopros dos anjos. O olhar, materno e cuidadoso, não me enche mais de segurança terrena, mas zela, do alto de uma estrela perdida, pela tranquilidade de meu espírito. Para cada lufada de vento, uma lembrança carinhosa. Nos raios de sol e nas folhas das árvores, toques ternos de dedos que não mais se entrelaçam com os meus. No brilho de uma Lua jovial e curiosa, a presença brincalhona de quem não mais carrega o peso da existência. Um verão eterno, um dia sempre belo. Troquei, forçado pelo toque da Fortuna, o abraço quente pela dor conformada da perda. Reside, em cada lágrima, em cada soluço reprimido, a esperança de um dia, novamente, repousar minha cabeça naquele ombro que me criou, e, juntos, tornarmos nossas mentes um receptáculo de paz e eternidade.

Um comentário:

Anônimo disse...

eu amo suas metáforas, sir galahad!