quarta-feira, 11 de julho de 2007

passado



Os ecos de um passado retumbam na minha cabeça, em explosões de dores e saudade. Eu caminho, feito cidadão do mundo, entre experiências e sentimentos de outrora. Tal qual Michelet, tenho por companhia amores sepultos. Sonho com quem já foi, desejo quem já não é. A cada lágrima que cai, o peso da vida aumenta; "olhe pra frente!", diz-se, enquanto olho para trás, sempre espiando sobre meu ombro, esperando algo que virá. Não guardo esperança. Minha certeza reside nas areias, já escorregadas, da ampulheta. Espero pelo passado, sem ambicionar o futuro, sem saborear o presente. Incomodo-me com essas pessoas que não me pertencem, com esses hábitos tão estranhos e tacanhos, vindos num piscar de olhos, quando o tempo passou. Passou e eu nem vi... nem senti. Passou, o tempo. Passou, e me deixou para trás.

Um comentário:

Anônimo disse...

me tocou esse...