sexta-feira, 20 de julho de 2007

desespero


Não há descanso para o louco. Não há silêncio enquanto ecoa esse grito mudo, inaudível, cacofônico. Não há paz na trilha dessa sombra negra, que se estende como uma capa terrível, mortal, semente da desolação. O peso da agonia é maior do que a própria vida. A apatia, como uma sanguessuga do espírito, vórtex sulfuroso, obliteradora, seca as mais tímidas sementes de esperança. Corroi-me, o desassossego; a inquietudade, perseverante, incansável, perpétua. O halo de desespero, já natural, incorporado, breu contagioso, emana a catástrofe da alma. Fracasso, transcendente ao tempo. Dor passada, presente e futura. Nada cresce nesse campo estéril. Amor, afeto, carinho... apenas os frutos podres de um sentimento corroído pela própria sabedoria, a perspectiva, cada vez mais pessimista, de danação. Todo o sofrimento do mundo, condensado numa única gota, numa única lágrima imperceptível, mas presente como a própria morte no canto de uma ave agourenta. Cada segundo, cada sussuro do Verbo, cada ato de criação, uma tortura invisível, indolor, mas pungente, fétida, destruidora. Distante de descrição, inconcebível em palavras, desconhecida para o abençoado. Para nós, não existe o glorioso caminha da redenção ignorante.

Um comentário:

Anônimo disse...

"...apenas os frutos podres de um sentimento corroído pela própria sabedoria"
é, para se seguir determinados caminhos, precisa-se fazer alguns sacrifícios, conifrmando assim o caminho certo em diração ao caos e a negação à estátca complacência.
Gostei muito ^^