segunda-feira, 30 de abril de 2007

sangue

Um. E Mais um. E Mais um. E Mais um... eles não param, em nenhum momento. No compasso dos segundos, como num relógio sinistro, seus corpos atingem o chão com um baque surdo. Trovões que viajam na velocidade da morte. Anjos negros que trazem o desafortúnio. Dançamos todos numa roda que não mais nivela, mas ceifa sem piedade. Bárbaros. Fantasmas grotescos. Sujam as ruas com a mancha pútrida da criança que não cresceu, da moça que não amou, da vida que não viveu. Sujam as calçadas com a marca fétida da vergonha. Da nossa vergonha. Carreguemos nas costas o peso da violência! Nossas mãos estão sujas com o sangue da inocência perdida. E não temos redenção. Não depois que a bala já foi disparada...

Um comentário:

Ariane disse...

sometimes we don't even see the blood.