segunda-feira, 30 de abril de 2007

Estrela


Ah, como são curiosos os caminhos errantes que toma nossa vida! São novos ventos, arautos de zéfiro que, repentinos, entoam a beleza e o vigor. Não me peçam explicações. O escopo, aqui, não pertence a qualquer palavra. Não permito que minha inaptidão poética macule, justamente, a bela poesia que se estende, majestosa, sob meus olhos. De onde veio, o que pretende? Já não me interessa. Admirar tamanha preciosidade é o suficiente para saciar meu desejo literário. É tanta vida para minha inconstante alma, que mal sei como me portar. Resta-me construir meu palácio platônico, um mausoléu em honra de tamanha jóia. Edificações de sonhos e desejos. Um sopro, uma folha, uma esperança mal encaixada, e tudo volta ao solo estéril. Mas não me assusto pelos malefícios e pela incerteza. A surpresa pelo belo rosto, a gratidão por tão inesperado sentimento, a chance de contemplar tão meteórica estrela é suficiente para que eu siga, com um sorriso estampado na face, pelas estradas áridas da tão fria e triste realidade.

Um comentário:

Ariane disse...

suas palavras são a própria poesia.