segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Sinfônia



O regente dessa Sinfônia soturna é o próprio Pêndulo da Vida, que dança num compasso sem harmonia, dissonante ante qualquer beleza. Em cada badalada, um soluço inconstante, um grito de (des)esperança voluntária, um choramingo sem qualquer piedade. A cada onda, um abalo nos mais profundos alicerces dessa alma já em frangalhos, tão cansada de juntar seus trapos, tão exausta de olhar para frente. Não há, nessa Orquestra terrível, espaço para que flua a tranquilidade ignorante. Não cultivam felicidade, esses agentes moribundos, corcundas arbitrários de uma Catedral moribunda, assustadora, fria, concreta. E eu, deito-me à sua sombra, embalado pelo cantar exaultado dessa melodia de desassossego, recolhido num pesadelo de voz grave e aspecto decrépito. Um lamento aqui, uma gota de apatia ali, e assim segue essa música que não me deixa, jamais, fechar os olhos.

2 comentários:

Anônimo disse...

Meu âmago te deseja o melhor.Que um dia alcance um bem estar,que seja consciênte e digno.
Beijos.

Anônimo disse...

dissonância irreverente e infinita...