terça-feira, 3 de abril de 2007

rima


É de mim que fujo, de minha sombra me escondo.
É meu o teatro grotesco. É meu o canto hediondo.
Fecho os olhos. Tento tirar o gosto lúgubre da boca.
Não consigo. Chega de ver a dança dessa silhueta oca!
Ah, pudesse eu não ter seguido o teu caminho.
Não ter sentido a tua pele. Não ter tocado o teu espinho.
Vendei a face para te seguir. Não há volta do caminho enveredado. É de mim que fujo. Aceitei de bom grado teu beijo envenenado.
Prossigo com meu mantra, incansávelmente pronunciado. Refugio-me atrás das palavras. Atrás do sonho interminado.

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