sábado, 17 de março de 2007

Palavra



Palavra. Ah, meu auto-exílio. Minha fuga consciênte. Escapismo glorioso, cheio de brilho e fantasia. Cada letra, uma máscara. Cada palavra, uma alma. Cada frase, uma vida. Cada ponto, uma expressão. Cada linha, um desejo. Cada tomo, uma forma diferente que tomei, uma personalidade estranha que emprestei. Escondo-me atrás de páginas, e proculo nelas o que não tenho. Procuro aqui e ali, em meio a volumes empoeirados, o que não sou; agora, sou Tristão. Sou Percival. Sou Mordred. Sou Arthur. Aqui está meu graal. Ali minha Guinevere. Minha Isolda... ah, minha Isolda. Quem derá eu pudesse ser um mago de palavras. Artíficie e artísta. Poeta. Quem derá pudesse eu transformar rabiscos em magia, rascunhos em fantasia. Quem derá. Palavra.

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