terça-feira, 22 de maio de 2007

Ícaro



Em nome de Minerva! Por Zeus e por Hecate! Lanço maldições aos céus pelo dia em que cai em sua doce armadilha. Desgraço minhas palavras ditas com amor suave! Tal qual Ícaro, encantei-me com o brilho amoroso do sol, e não pude deixar de pensar em sua beleza descomunal, em como sua coroa era sublime, convidando-me para banquetear-me nesse festim de prazeres. Esqueci-me, e por Apolo eu renego este dia, de seu calor terrível, da destruição iminente que me esperava. Ignorei, em nome das Musas!, que minhas asas eram de cera. Por certo, o único destino a mim reservado, por mal fadada empreitada, era a queda, humilhante. Abraço, contra minha própria vontade, meu vôo coxo, minhas asas quebradas. Que me resta, senão, contemplar esse abismo, longe de Prometeus e do fogo dos homens? É dada a sentença: o calor desse sentimento, de mim deve ser afastado. Que o corvo me cause injurias noite após noite... Voar, já não posso mais...

Um comentário:

Ariane disse...

É linda a forma como dispõe as palavras, mas - por mais que não seja de minha conta tal questionamento - pergunto-me o que elas querem dizer e o porquê de o fazerem.

É claro, é tudo muito subjetivo. Então não há necessidade de um porquê para quem está de fora.

E nem há necessidade de se importar com comentários non-sense como este. :P